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domingo, outubro 28, 2012

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Quebrando certos mecanismos.

Ao ator iniciante que se dispõe a assumir certos papéis, é lhe dada a possibilidade de conhecer diversos mundos, provando e descobrindo muitos sentimentos. E isso lhe dá a possibilidade de multiplicar um sentimento em muitos, pois a forma de mostrar o que sente um personagem lhe faz descobrir diversas faces numa só face.

Um novo ator
É como se ele pudesse abrir diversas caixinhas ,tirando uma de dentro da outra e isso, infinitamente. Essa possibilidade está na escolha que fazemos. Na verdade, somos bons e maus, belos e feios, amargos e doces, brutos e carinhosos, covardes e corajosos e quando aceitamos os desafios de mostrar essas muitas nuances que podemos possuir sem nenhum tipo de medo, nos constituímos em um ator completo, aquele que não tem medo de arriscar, pois podemos assumir as mais variadas formas de sentar, sorrir, andar, falar e, etc.Um bom exercício para estimular as partes adormecidas de cada um é:
1-Organizar um cenário simples durante uma aula e pedir que um aluno o desorganize e organize então do seu jeito.
2-Em seguida pergunta-se ao grupo o que foi mudado e o encenador observa a atenção de cada um no desenrolar daquela cena.
3-Um segundo aluno desorganiza aquele cenário e o organiza novamente ao seu gosto e assim sucessivamente.
Outro bom exercício é trabalhar com a forma surrealista de ser e poder, propondo a todo grupo algo que seria apenas uma ideia; mas uma coisa boa para aguçar as partes adormecidas de cada um.
1-O encenador propõe uma pergunta a um aluno: Como você organizaria o mundo se fosse Deus? E ele então vai ao cenário e organiza-o novamente, agora não como um simples aluno, mas agindo como se fosse alguém que realmente tivesse o poder de ser e transformar o mundo.
2-Com o seu mundo transformado por ele mesmo, esse aluno então informa aos demais o que vem a ser cada objeto do cenário segundo a sua imaginação.
3-Os demais alunos podem perguntar os detalhes de cada objeto imaginado.
4-Ao fim do exercício este aluno então investiga a sua capacidade de criação, ao fazer e desfazer muitas coisas e se, a maioria dos outros alunos não concordarem com a descrição dos citados objetos dá a ele a oportunidade de continuar suas transformações.
É importante que esse não seja um trabalho individual e sim coletivo onde todos tenham a oportunidade de ser deus, mas para o encenador que conhece a dificuldade de determinado aluno deve dar a esse aluno mais chance de exercitar a quebra de mecanismos.
Outra variante desse exercício é dar a oportunidade ao aluno de mostrar como ele nunca gostaria de ser, dando a ele a liberdade de falar, sorrir, caminhar, dormir, cantar e, etc.
Sempre gostei em minhas aulas de teatro, reservar um tempo no final para discutir com os alunos sobre tudo o que então fizemos, pois isso é de suma importância para que eles não saiam vivenciando certas coisas como: Ser Deus e querer sair consertando tudo pela frente. Então ao final de tudo sempre apliquei perguntas básicas como essas:
1-O que você sentiu após os exercícios?
2-Qual a opinião dos colegas após a ação de cada um?
3-Qual o prazer sentido de cada um nos exercícios?
4-Que descobertas se fez cada um?
E o mais importante sempre serão as descobertas e o aprendizado.
Tony Caroll.

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