Um dia desses me surpreendi com uma mensagem que dizia mais ou menos assim: Tony preciso fazer um trabalho na escola e escolhi você.Esse trabalho se resume numa entrevista será que você pode me ajudar?A seguir umas perguntas e o coração de Daniel que ficou ansioso pela minha resposta.Soube depois que ele vibrou quando eu lhe disse sim com o meu coração repleto de gratidão.Mas afinal quem era Daniel Silveira?Um menino de doze anos que na sua ansiedade de elaborar um bom trabalho escolar saiu garimpando na internet alguma coisa que pudesse satisfazer a sua curiosidade sobre a vida de um escritor.Nossa!Ele podia ter escolhido alguém de renome como Paulo Coelho,mas fora uma postagem sobre a minha infância que o deixara impregnado de alguma coisa que ele queria entender e talvez desvendar.Carinhosamente respondi as suas perguntas e ele após organizar o seu trabalho fez questão de me enviar uma cópia.Agradeci a tão sutil homenagem de Daniel e depois emudeci mergulhado nas minhas emoções e envolvido com outra pergunta que o presente não pode me responder.Será que estou diante de um grande jornalista?Desses ícones que de forma sábia , sublime e surpreendente constroem grandes histórias?Não sei,o que sei é que Daniel Silveira inundou o meu coração de um sentimento bonito colorido de esperança e me fez ter certeza de uma coisa: O futuro de crianças tão dóceis como ele depende nós.
Uma biblioteca feita de pedra e barro molhado
Antonio Carolino Bezerra Nasceu na cidade de Nilópolis RJ. Na infância começou a escrever pequenos versos onde o sonho de ser escritor começou.Era muito tímido e sempre um aluno comportado em sala de aula e muito observado pelos professores que ao final de cada ano lhe presenteavam com livros e enciclopédias , por isso até passou a gostar da leitura. Sempre admirado pelos colegas e amigo de todos, era considerado muito inteligente e isso às vezes o incomodava. Tentando dar asas a sua imaginação, um dia com a ajuda do irmão que mais tarde se tornou pedreiro profissional, construiu uma casinha de pedras e barro molhado e dentro dela acomodou todos os seus livros e gibis; e todos os dias a visitava onde ficava horas lendo histórias naquele lugar que chamava de sua biblioteca. Entre os seus livros preferidos estava a cartilha “pompom meu gatinho” de Thereza Neves da Fonseca. Livro esse que lhe fez apaixonar-se pela leitura e imaginar-se personagem de algumas histórias. E entre suas histórias preferidas estava uma em que uma senhora de nome Rita, apavorada subia numa cadeira com medo de uma barata. E os personagens que marcaram a sua infância não podiam deixar de ser, Olavo, Moema e Diva os quais apresentavam toda cartilha.
Daniel —
Qual o seu nome completo?
Tony
Caroll — Antonio Carolino Bezerra
Daniel
— O seu nome Artístico?
Tony Caroll —Tony Caroll - Esse não é bem um nome artístico e sim um
pseudônimo. Acho que nome artístico se dá mais para artistas de tv e eu não me
considero assim pois escrevo apenas para o teatro.
Daniel
— Como surgiu esse pseudônimo?
Tony Caroll — Esse nome surgiu de súbito lá pelo fim da década de
noventa quando o líder de uma cooperativa de arte em que eu fazia parte me
perguntou como seria meu pseudônimo e eu então meio atrapalhado e tendo que dar
a resposta de imediato, cortei o meu nome e sobrenome pelo meio e então ficou
assim: Tony de Antonio e Carol de Carolino.Mais tarde um amigo meu e editor(Roberto Carelli) acrescentou mais um
L e ficou:Tony Caroll.
Daniel
— O que te estimulou a fazer essas obras?
Tony Caroll — O que me estimulou e estimula é sempre o ser humano. Sou
apaixonado por seres humanos, pois acho que essa foi a maior obra que Deus criou.
É claro que o diabo tenta estragá-la colocando dentro desses humanos
sentimentos muito ruins. Mas na sua essência o ser humano é lindo. Também gosto
muito de flores e borboletas e, com isso procuro enfeitar o nosso universo.
Daniel
— Em que você se inspira?
Tony Caroll — Tudo me traz inspiração; Um pardal se protegendo do frio
embaixo do beiral de um telhado, uma lágrima de alguém, uma palavra qualquer e
etc. Mas a minha maior inspiração vem mesmo de pessoas que observo, transformo
em personagem e crio um universo e uma história para ela. Costumo dizer que
meus personagens existem e quando não os conheço um dia os encontro pela rua e
digo para mim mesmo: Esse é aquele personagem que um dia escrevi.
Daniel
— Com quantos anos você começou a escrever?
Tony Caroll —
Eu tinha uns sete anos quando fiz uma música cheia de rimas para uma menina que
eu amava muito. Algo sem pé nem cabeça. Um dia essa menina foi embora e então
que cheio de tristeza, comecei a escrever versos para ela e construir histórias
para não morrer de saudade.
Daniel — A sua família o ajudou a chegar até aqui?
Tony Caroll — Sim, de uma forma ou de outra a família sempre ajuda.
Daniel — Até
hoje qual foi a obra que você mais gostou?
Tony Caroll —
Essa é uma pergunta difícil de responder, pois todas são muito importantes; mas
a que considero a mais bem escrita é a peça "De corpo, alma e coração" que relata todo
flagelo do ser humano. No entanto a que mais gosto é "Casa Velha” a segunda peça que
escrevi, não sei o porquê, mas talvez porque naquele momento nutria um
sentimento de amor muito verdadeiro por alguém e acho que coloquei tudo isso no
papel.
Daniel — Você
tem algum livro publicado? Se tiver fale o nome.
Tony Caroll — Sim, "Amor
Minha Última palavra" Um livro de poesias publicado pela editora
radar que esgotou logo. Depois a editora passou a trabalhar apenas com
espetáculos teatrais e não seguiu com publicações. Ao longo do tempo escrevi
muito para teatro e textos teatrais são apresentados ao público através de
atores e não muito publicados. Mas vêm novidades por aí.
Daniel — E
qual é o estilo da sua obra?
Tony Caroll —
Escrevo romances, teatros evangélicos ou não, poesia, contos, um pouco de cada
coisa.
Daniel — A quem você dedicaria a sua obra?
Tony Caroll —
Sempre que escrevo algo novo, dedico a alguém que tenha me inspirado criar
algum novo personagem. Mas também se existe alguém que merece tamanha dedicação
são aquelas pessoas que um dia fizeram parte de um momento importante em nossa
vida e eu ainda me recordo muito Adriana
Pimentel a minha primeira leitora que tanto me incentivou no início
quando vibrava e discutia comigo tudo aquilo que eu escrevia. Essa não merece
só uma obra dedicada, mas também um troféu.
Daniel —
Você quer deixar aqui algum recado?
Tony Caroll —
Daniel que prazer enorme ter sido escolhido por você para essa entrevista. Fico
muito feliz em que tenha interesse na minha biografia e lhe agradeço muito por
isso.
Para Daniel Silveira a minha gratidão em forma de música.
Defesa
Você em odeia por te amar
Me repugna por te querer
Fica ao avesso
Enquanto só eu pago o preço
Que é ter que te esperar
Esperar que você ao menos dê um grito
Que espante esse teu medo de amar
Pois enquanto te amo,me odeias
Enquanto me odeias,te amo
E possuído por este amor que guardo no peito
Reclamo:
Ah como eu quería que tu me amasses
Porque antes que tu chegasses
Já te quería embora estivesse mudo
E já te pedia: Me ame apesar de tudo.
Poema feito por Tony Caroll
Olá Tony,
ResponderExcluirgostei muito da entrevista, fiquei muito feliz em saber que ainda temos jovens como o Daniel, que com apenas 12 anos se mostra interessado por coisas boas e construtivas como a arte e literatura, é de jovens assim que precisamos, Tony, que a sua biografia e história de vida possa continuar a inspirar muitos jovens como o Daniel.
Deus abençoe a todos!